sexta-feira, 15 de junho de 2012


eras tu

quem dera teu riso
assim
devagar...
como os olhos das velhas nas praças de tua cidade

a missa domingueira
a voz repentina
de homens trabalhando ao sol
na feira ruidosa

teu riso me olhando
incerto, traquino...
menino pelego

a vida roda... roda...
incerta talvez
num dia como o de hoje
vieste
artesanatos, mesas repletas...
depois tudo embranqueceu-se
da mais pura cor branca
como branca é a alma daquela mulher

uma noite.
somente uma noite
no quarto andar da encruzilhada
foi o necessário

quem dera teu riso
assim devagar...
como os velhos nas praças de tua cidade

as moças namoradeiras
que esperam pelo milagre virginal
da lucidez etílica e amarela

eras tu
a voz pelos fios de cobre


16/01/2008

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